Dakota Fanning concedeu uma entrevista à revista Stella, confiram a tradução completata e um outtake sem tag. Lembrando que para ver a imagem maior você precisa clicar na miniatura. Confiram:
Com 18 anos, Dakota Fanning já é uma veterana em Hollywood, atuando em um número maior de filmes do que sua idade. Com ela faz isso e cresce como uma garota normal?No estúdio da grife Libertine em Nova York, Dakota Fanning está rodopiando enquanto o fotógrafo ajusta a luz entre uma foto e outra.
Usando um vestido curto centáurea-azul que a deixa pálida, a pele mármore muito luminosa, ela aparenta autoconfiante, o que é compensado pelos momentos em que seu jeito adolescente aparece.
Quando ela pára e encara a câmera, mostra uma beleza sobrenatural, como a de uma boneca com seus grandes olhos azuis e uma testa um pouco grande – mas ela então dá uma risada boba, ou deixa seus tornozelos em um ângulo estranho, e volta a ser apenas uma jovem de 18 anos, brincando de se vestir com roupas elegantes.
É essa intrigante mistura de juventude inocente e equilíbrio do mundo que faz Fanning tão interessante de se assistir na tela – e tem sido assim desde sua primeira performance com 7 anos, como a filha esperta de Sean Penn, em Uma Lição de Amor.
Este foi o papel que a fez ser a mais jovem a ser indicada para o prêmio Screen Actors Guild.
Desde então ela habilmente contornou o clichê “estrela infantil”, estabelecendo-se como uma atriz talentosa, adorada por Emma Thompson (que a chamou de “a coisa real” após trabalhar com ela no drama Effie) e Steven Spielberg (que a considera uma “alma velha” desde que dirigiu o filme Guerra dos Mundos, em que Dakota interpreta a filha de Tom Cruise).
Um pouco irritante, 12 anos de carreira e ela parece estar apenas começando.
Fanning sugere que vamos a um café próximo a onde estamos depois do photoshoot, mas, assim que estamos prestes a sair, o tempo fecha com tal verocidade que ela diz, rindo, “Toda a entrevista vai acabar acontecendo debaixo de um toldo”.
Em vez disso vamos para um sofá branco, que está atrás de uma palmeira em um canto do estúdio. Fanning, que se trocou e agora veste uma calça branca da Palazzo e uma camiseta – sobre a qual ela diz “Eu a tenho por tipo, seis anos. Minha mãe vive me dizendo para me livrar dela, mas eu me recuso” – afunda-se no sofá e se enterra no meio das almofadas. “Agora sim está aconchegante”, ela diz.
Atualmente ela está tendo suas férias de verão da universidade NYU, onde ela se matriculou no ano passado. Suas matérias favoritas são literatura e psicologia.
“Eu acho que realmente gosto de psicologia porque meu trabalho é sobre entrar na mente e pensamentos de outra pessoa, e de alguma forma em todas as minhas tarefas na faculdade eu acabo falando sobre o meu trabalho”, ela diz.
Não é surpresa que seus mundos sejam interligados. Fanning é tão comprometida a atuação que passou suas férias na cidade abafada de NY para filmar Very Good Girls – sobre duas garotas competindo para perder sua virgindade – ao lado de Elizabeth Olsen.
Enquanto fala, Fanning está constantemente mexendo suas mãos, fazendo arcos no ar e as pousando em seu colo.
Ela é falante e entusiasmada, especialmente quando conversamos sobre algo emocionante para ela, como morar sozinha pela primeira vez e decorar seu próprio apartamento.
“É muito antigo, chique e com cores pasteis, o que, resumindo, é o que eu gosto. Com coisas da Hello Kitty”, ela diz e dá uma risada que lembra a Sininho.
“Acho que fui uma estudante japonesa em outra vida. Esse é o tanto que amo a Hello Kitty.” Em suas estantes, ela guarda seus livros preciosos de Jeffrey Eugenides e seu filme favorito, Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador.
No aparelho de som, ela escuta várias vezes a música Say My Name. “Eu amo quem eu sou e amo minha vida, mas se pudesse ser outra pessoa, eu seria Beyoncé sem pensar duas vezes”, ela afirma.
Ser uma estudante da costa leste é o primeiro momento de independência de Dakota, longe de sua família unida (incluindo sua irmã mais nova, Elle, que também já se mostrou talentosa nos filmes “Um Lugar Qualquer” de Sofia Coppola, e “Super 8? de JJ Abrams).
A experiência é um pouco amarga para uma garota de 18 anos. “Eu estava dizendo para minha mãe esses dias, é tão estranho não ter ninguém por perto para se conversar, tipo, avisar que vou sair para jantar ou dizer que preciso fazer algo..”.
“É só você agora. É uma loucura. Mas é muito bom para mim, eu acho. Minha mãe e eu estivemos juntas por toda a minha vida porque quando eu estava trabalhando antes de fazer 18, ela sempre me acompanhava. Por isso eu tenho sentido muitas saudades dela e de toda a minha família, da minha casa e da minha cachorra. Mas aprecio muito mais agora quando vou para casa e os visito. É bom valorizar as coisas que tenho.”
Depois de “Uma Lição de Amor”, ela foi ser estrela ao lado de Denzel Washington (Chamas da Vingança), Robert De Niro (O Amigo Oculto), Julia Roberts ( A Menina e o Porquinho) e Kevin Bacon (Encurralada), e se tornou uma das atrizes mirins mais requisitadas e mais bem pagas de Hollywood.
Apesar de tudo isso, ela insistiu que ela teve uma infância “bem normal”. Apesar de ela ter estudado em casa nos primeiros anos, ela foi para uma escola normal no ensino médio (cujo alunos inluem Mary-Kate e Ashley Olsen) em Hollywood, onde ela foi líder de torcida.
“Eu queria a parte social disso e a experiências em sala de aula,” ela diz. “Isso se tornou bastane a experiência essencial do colegial, e eu conheci algumas das pessoas mais importantes da minha vida durante esse tempo.”
Fanning não parece ter nenhuma das afetações que você pode esperar de alguém que a vida vem sido uma série de eventos afortunados. Ela credita isso à seus pais “maravilhosos”, ambos que foram sérios atletas quando eram jovens.
“Minha mãe jogava tênis seis horas por dia e foi para a faculdade por causa de um torneio do colégio. Então eles instituíram em mim a ideia de que você tem que trabalhar duro para ter as coisas que você quer e nunca reclamar,” ela diz. “Eu sou muito grata por isso.”
Atualmente, Fanning começou a negociar a (rochoso para alguns) a transição para papéis mais adultos.
Em 2007, com 13 anos, ela interpretou uma vítima de estrupro em Hounddog, e em 2010 impressionou os críticos como a cantora Cherie Currie – amante de bustier e kohl -, no filme biográfico da banda The Runaways.
Não é um processo o qual ela planeja apressar. “Eu acho que é importante que não se cresça muito rápido na vida, e na tela também”, ela diz, enrolando fios de seu cabelo em torno de um dedo.
“E isso pode ser difícil, porque às vezes quem você é e os personagens que você interpreta não combinam. Tipo, eu acho que os papéis que interpretei quando tinha 12 anos eram emocionais e às vezes sombrios, e eu tinha que ser fiel a isso… Isso é o que eu quero fazer pelo resto da minha vida, então quero fazer direito.”
Tendo aparecido em três filmes da Saga Crepúsculo como a vampira do mal, Fanning também assistiu em primeira mão a histeria em torno de sua amiga Kristen Stewart.
Ela não sabe se seria capaz de aguentar as pedras e flechas dos tablóides como Kristen aguenta.“Quando eu vou às premieres, vejo pessoas que acamparam por semanas, e isso é muito emocionante”, ela diz, “mas eu acho que se estivesse no meio disso, seria muito intenso.”
Seus próximos filmes irão certamente ampliar as percepções da audiência sobre seu talento. Primeiro ela aparecerá como uma britânica de 17 anos morrendo de leucemia em Now Is Good, adaptação do livro Before I Die de Jenny Downham.
A história, que Fanning descreve como “emocionante e dolorosa, mas também muito bonita”, conta as experiências que Tessa tenta viver no pouco tempo que lhe resta.
“Tem coisas que ela planeja fazer em sua lista, mas eu acho que o grande tema do filme é que a vida apenas acontece. Você tenta planejar as coisas, mas às vezes você não tem controle, o que pode ser algo bom.”
Ela pausa, pensativa. “Tess se apaixona, e isso é uma das coisas que me atraiu na história, porque como uma jovem mulher você sonha em ter namorados, ir à universidade e conhecer alguém com quem você deseja passar o resto da vida e ter filhos. E pensar que algumas pessoas nunca irão ter esses momentos.. foi isso que me fez querer fazer parte do filme.”
Fanning quebra o clima sombrio com um sorriso iluminador. “Eu sou uma grande sonhadora. Eu fantasio. Tipo, eu imagino como minha vida será..”, ela diz, seus grandes olhos azuis ficando ainda maiores.
Ela não conta se tem ou não um namorado, mas diz que se tivesse uma lista de desejos, crianças certamente estariam nela.
“Eu quero ter um milhão de bebês!”, ela diz em meio a risadas. “Não que eu esteja começando a tê-los agora! Ainda tenho muito tempo.”
O próximo filme em que ela será vista é Effie, como a noiva adolescente do crítico de arte John Ruskin.
Effie é dirigido por Emma Thompson, de quem Fanning diz: “Ela é de outro mundo. Eu quero ser como ela quando crescer. Ela é uma incrível mulher, e atriz, e humanitária, e mãe, e esposa. Ela consegue fazer tudo.”
Como Now Is Good, Effie foi filmado na Grã-Bretanha. “Eu não tive que aprender um, mas dois sotaques britânicos!” Fanning exclama, suas mãos no rosto com um horror dramático. “É tão difícil!”
Fanning fica particularmente boba quando fala de seu amor por Londres – ela irá para lá de novo visitar sua irmã, Elle, que está gravando um filme na cidade.
“Minha família não consegue ficar longe do Reino Unido”, ela brinca. Em suas viagens para lá, Dakota sempre vai à uma loja Topshop, “especialmente na parte vintage.”
Ela tem sido uma musa fashion desde que apareceu na campanha da marca Marc Jacobs em 2007; e apareceu em manchetes por uma polêmica no ano passado, quando um comercial com ela segurando o perfume Oh, Lola! entre suas coxas foi banido por ser sexualmente provocativo.
“Eu achei hilário. Todos os meus amigos ficaram tipo, você está corrompendo a juventude com o seu frasco de perfume e um vestido de bolinhas cor de rosa!”
Dakota balança sua cabeça. “Eu fico perplexa com a importância que as pessoas dão a isso, enquanto há problemas reais no mundo.”
No entanto, apesar de ter passe livre no mundo da moda, ela não é a vampira do tapete vermelho – na verdade, é uma das poucas atrizes jovens que se veste de acordo com sua idade, com vestidos de babados para premieres; e quando é fotografada pelos paparazzi nas ruas de Los Angeles, se veste como uma típica adolescente (lê-se: shorts, camisetas, sem maquiagem).
“Eu amo moda,” ela diz, “mas não entendo nada se comparada a Elle.” Ela fala sobre sua irmã com admiração. “As pessoas me perguntam se eu já lhe dei algum conselho e, honestamente, nunca lhe dei. Eu não acho que ela precise!”
“A coisa mais incrível sobre minha irmã é que ela é inconsciente. Ela não tem inseguranças. Ela é completamente livre. Ela apenas vive, e eu amo isso.”
“Eu gostaria de ser um pouco mais assim às vezes, porque eu sou mais controlada, guardo pensamentos e sentimentos para mim.”
A tempestade acaba, sinalizando que é hora de Dakota ir embora.
Fanning dá passos largos pela rua ainda molhada, um pouco hesitante em suas botas Isabel Marant. Cada vez mais distante, ela se parece com qualquer nova-iorquina de 18 anos tentando descobrir seu caminho.
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